RS-T-115 – Fazenda da Pedreira

O RS-T-115 é um sítio histórico associado à presença açoriana. Também conhecido como Fazenda Pedreira e, eventualmente, pode aparecer sob o registro de RS-T-120. Foi registrado pela equipe do LabArq em 2005.

Conforme relatos históricos, a Fazenda Pedreira pertencia a Manuel Alves dos Reis Louzada, o Barão de Guaíba, que em 1809 solicitou terras na então Freguesia de São José de Taquari. Além da Fazenda Pedreira, Louzada era proprietário das fazendas da Conceição (RS-T-135) e Pinhal, todas localizadas na mesma Freguesia. Após a sua morte em 1862, deixou suas propriedades em testamento para seu compadre Antônio José de Moraes.

As paredes do antigo casarão são de pedra não cortada, cujas irregularidades são preenchidas com barro sem cimento. As divisórias foram feitas tempos depois sendo que para as mesmas foram usados tijolos feitos no próprio local. O atual proprietário relata que ao escavar o pátio da casa para a construção de uma estufa para secagem de fumo foram encontradas duas arcadas dentárias e demais ossos como tíbias e crânio. Esses ossos teriam sido levados por um casal de médicos de São Paulo, cujos nomes e contatos são desconhecidos. Juntamente com os ossos, os supostos médicos levaram tijolos, uma telha e uma gamela de pedra.

O assoalho e os barrotes ainda se encontram no local. Os relatos dos proprietários dão conta de que a senzala era anexa à casa grande, o que caracterizaria uma configuração arquitetônica diferenciada das estruturas para essa finalidade no período colonial e imperial. Várias figueiras nasceram sobre as estruturas das paredes e hoje grandes raízes envolvem boa parte das ruínas.

Apesar de ter o entorno bastante impactado, as ruínas permanecem de fácil acesso, localizando-se em frente a uma importante rodovia estadual, a RS 129. Esta rodovia, apesar de não pavimentada, conecta-se a duas das principais estradas federais do Rio Grande do Sul, a BR 386, que liga a região metropolitana da capital Porto Alegre ao Norte e Noroeste do estado, e a BR 287, que conecta a capital ao centro do estado.

Relatos históricos descrevem que a fazenda era cercada por muros de pedra bruta e no pátio havia um pelourinho. Distante uns 300 metros do casarão histórico foram identificadas antigas áreas de extração de pedras. Muito provavelmente, as pedras para a edificação da sede da fazenda e dos muros que a circundam foram deslocadas desta pedreira por trabalhadores escravizados. As intervenções arqueológicas realizadas em 2010 pela equipe do LabArq identificaram vestígios do muro, mas não localizaram o pelourinho. Além disso, vestígios de louças e vidros foram coletados durante as escavações.

1 Vista frontal do casarão da Fazenda Pedreira desde a RS 129. Sítio RS-T-115.

2 Detalhe do casarão da Fazenda Pedreira. Sítio RS-T-115.

3 Medições da estrutura do casarão da Fazenda Pedreira. Sítio RS-T-115. Ano de 2010.

4 Escavação do piso do casarão da Fazenda Pedreira. Sítio RS-T-115. Ano de 2010

5. Reconstituição do casarão, erguido no início do século 19.

Referências

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MACHADO, Neli T. G. Mapeamento e escavação de sítios arqueológicos do Vale do Taquari-RS. Lajeado: Relatório Final, IPHAN – 12ª SR, 2012.

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