
1966
Fundação do Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul, o Marsul
O Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (Marsul), instituição da Secretaria do Estado da Cultura, foi criado a partir do Decreto Estadual 18009/66 de 12 de agosto de 1966. O museu teve como idealizador e fundador Eurico Theófilo Miller, arqueólogo e professor que ocupou o cargo de primeiro diretor. Inicialmente, era sediado na própria residência de Eurico Miller, e depois, durante um tempo, em prédios particulares cedidos. A partir de 1973, teve início a construção da sede própria em uma área de 5,6 hectares doados pelo município de Taquara.
Com três edificações construídas com recursos do Governo do Estado, que somam cerca de 2 mil m² de área, foi oficialmente inaugurado em 1977, tornando-se um dos poucos museus no Brasil a ter sua sede especialmente construída para atividades museológicas. As instalações se localizam às margens da Rodovia ERS 020 – Km 58, no município de Taquara, aproximadamente 85 quilômetros da capital Porto Alegre. Possui parte administrativa, sala de exposição, salão de eventos, laboratórios e reservas técnicas.

Construção do prédio do Marsul em 1976.
Fonte: Acervo Marsul/Sedac.

Marsul recebendo alunos em 1989.
Fonte: Acervo Marsul/Sedac.
Ao longo dos anos, o local foi palco de importantes eventos, como em 1981, quando foi realizado nas dependências do Museu, o 1º Seminário de Arqueologia do Rio Grande do Sul. O encontro reuniu na época arqueólogos do Estado, entre eles, Pedro Ignácio Schmitz, Pedro Augusto Mentz Ribeiro, Arno Alvarez Kern, Ítala Irene Becker, Guilherme Naue, Fernando La Salvia e outros.
No ano de 2008, o museu fechou suas portas devido a problemas estruturais. Em outubro de 2009, a empresa Scientia Arqueologia acompanhada pelo Setor de Arqueologia da 12ª SR do IPHAN/RS, representantes da Secretaria Estadual da Cultura (Sedac/RS) e da Diretoria de Cultura da Prefeitura Municipal de Taquara realizaram um diagnóstico para avaliar as condições das edificações e acervos do Marsul. O levantamento apontou uma série de problemas na estrutura dos edifícios, bem como as más condições de preservação dos artefatos arqueológicos.
Mais tarde, a partir de junho de 2022, o prédio passou por uma profunda reforma, quando foi realizada a revitalização total das estruturas prediais, instalações elétricas e hidrossanitárias e aquisição de bens materiais. O Governo do Estado investiu recursos do Programa Avançar na Cultura. Dois anos depois, em novembro de 2024, o espaço foi reaberto com uma exposição que reúne artefatos provenientes de pesquisas arqueológicas do Rio Grande do Sul.

Marsul em 2024, após as reformas e revitalização.
Fonte: Acervo Marsul/Sedac.
A instituição realiza pesquisas arqueológicas há 60 anos, reunindo um acervo estimado em 1 milhão de peças em sua reserva técnica. São materiais arqueológicos oriundos de todo o Rio Grande do Sul e de vários estados brasileiros, como Santa Catarina, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas, além de vestígios do Peru e México. Majoritariamente pré-colonial, o acervo reúne fragmentos e peças cerâmicas inteiras; artefatos de pedra e ósseos; remanescentes humanos; além de vestígios coloniais, como louças, vidros e restos construtivos.
Além dos artefatos, o museu mantém um vasto acervo documental das pesquisas realizadas pela instituição, que reúne registro fotográfico, mapas, croquis, anotações e fichas de campo dos sítios arqueológicos.
Uma das funções da instituição é conservar o patrimônio para que esse possa ser pesquisado e acessado pelas futuras gerações. Com o objetivo de readequar a reserva técnica aos novos protocolos da área, a equipe do Marsul tem realizado atividades de inventário e curadoria do acervo, como higienização, sistematização, registro fotográfico, identificação e acondicionamento das peças.
Como extensão das atividades de inventário e registro das peças do acervo, o Marsul também disponibiliza coleções de artefatos digitalmente, por meio da plataforma Tainacan. Essa iniciativa faz parte do projeto Acervos da Cultura, coordenado pela Secretaria de Estado da Cultura – Sedac. Aproximadamente 1.100 peças serão expostas digitalmente na plataforma.
Para saber mais
Referências
CULTURA. Sede do Marsul será reformada com recursos do Avançar na Cultura. Governo do Estado do Rio Grande do Sul. 2022. Disponível em: <https://cultura.rs.gov.br/sede-do-marsul-sera-reformada-com-recursos-do-avancar-na-cultura>.
HERBETS, Ana L.; GHIZZO, Idemar; MATOS, Felipe; SCHUCH, Edmara; MORAES, Tobias V. Diagnóstico das condições de preservação do Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (MARSUL) a partir do acervo missioneiro de São Nicolau. In: XVI Congresso Mundial UISPP/XVI Congresso SAB. Florianópolis, 2011.
MARSUL. Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul. Secretaria da Cultura. 2024. Disponível em: <https://www.rs.gov.br/carta-de-servicos/servicos?servico=725>.
MARSUL. Visite o MARSUL. Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul. Flyer Impresso. 2024.
WERLANG, Olívia T. Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul. 1981. Monografia (Curso de História) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 1981.